sexta-feira, 9 de julho de 2010

Produzir, reproduzir e criar

Conceito básico de Literatura sobre os estilos de época é que cada período valorizava um tipo de processo de produção da escrita. Nos períodos em que a objetividade prevalescia, como no caso do Classicismo e do Arcadismo, a mímeses Aristotélica era levada às últimas consequências, fazendo com que a Literatura fosse entendida como produção e reprodução técnica. Valorizava-se, portanto, os aspectos formais em detrimento aos aspectos subjetivos de conteúdo, ou seja, era mais importante o como é feito do que o que é feito. Já nos estilos nos quais prevalescia um pensamento subjetivista sobre o fazer artístico, a Literatura era entendida como processo de criação. Aproximava assim o autor, escritor, de uma concepção de entidade divina. Em outras palavras, em períodos como o Romantismo, Simbolismo, ou mesmo o Trovadorismo, a figura do autor ganhava contornos de Criador.
Todo esse intróito foi só para expor a seguinte ideia hoje realizada em plena sala de aula num fluxo de pensamento: criar requer esforço do criador e, geralmente, leva-o à extenuação de suas forças através da expurgação de uma inquietação que o próprio não consegue definir o que é e nem por que possui.
Criar dói.
Cansa.
Requer um esforço de natureza incompreensível por parte do criador, pois ele mesmo não entende a origem de sua necessidade de criação.
Quem cria está perturbado e não sabe por que e nem pelo que.

Por essas e outras que meu blog está sem atualizações há tanto tempo.
A objetividade da vida não me permite a perturbação da alma de um criador.
Já conheceu algum poeta feliz?
Têm notícias de um filósofo feliz?

Deus teve que descançar no sétimo dia...
Deus, heim!!
Criar não é pra qualquer um.

2 comentários:

Felipe Braga disse...

Cara, que saudade das suas aulas! O texto me fez lembrar delas de forma ainda mais vívida. Minha referência! rs
Se hoje eu gosto de ler, é por causa de você.
Será que a objetividade da vida cega a inspiração? rs

Abraço.

Unknown disse...

Ah Alexandre, adorei muito o blog!
É essa sua objetividade na vida que me encanta em suas aulas..
Realmente criar não é fácil, e só escrevemos quando algo nos inquieta.. Mente imaginativa é uma mente incompreendida.. =)
Obrigada pela visita ao meu blog, e por me incentivar a escrever!

Abraços, Beatriz