terça-feira, 20 de julho de 2010

A última que tive que aturar...

E não é que finalmente, agora em julho, a aluna descobriu, e verbalizou sem constrangimento, que eu sou uma pessoa esquisita!
Tive que tomar muito cuidado para que isso não se transformasse, de novo, num problema profissional, afinal estou sendo pago para agradar também.
Mas professor de Redação acaba, mesmo que de forma inadvertida, expondo opiniões. E as minhas não são nada ortodoxas.
Então, não me lembro como, o assunto descambou pro "casamento". Aí fuuuuuuuuuu!
Com minha renomada experiência no assunto, comecei a tecer um compêndio das minhas melhores tiradas sobre o tema até que a menina explodiu em sincera inquietação colocada para fora como num alívio: - "O senhor é esquisito!".
Visivelmente transtornada!
Então é que minha experiência se fez presente e fiquei calmo. Afinal aquilo não era motivo pra estresse.
Incrível é como as pessoas se incomodam tanto com a opinião dos outros. Ainda mais quando são jovens! Ainda têm tanto a aprender, e como disse Nelson Rodrigues : - "envelheçam!"
Meus dois leitores vão me desculpar se não dou maiores detalhes, mas é porque aqui não é espaço para "meu querido diário way of life". Na verdade estou escrevendo isso por outro motivo.
Como é esquisito descobrir através dos outros que você é considerado esquisito!
Muitos acham até maneirão ser considerado esquisito, exótico, diferente etc. Mas eu sempre quis ser comum, normal, na minha, sei lá! No discurso parece ser interessante ser esquisisto, mas na verdade o que a aluna quis dizer foi: -"O senhor é um escroto!"
A educação e o respeito (que ainda consegui manter) impediram a menina de dizê-lo.
Tudo bem!
Como diria Gregório de Matos:
    Se Pica-flor me chamais,
    Pica-flor aceito ser,
    mas resta agora saber,
    se no nome, que me dais,
    meteis a flor, que guardais
    no passarinho melhor!
    se me dais este favor,
    sendo só de mim o Pica,
    e o mais vosso, claro fica,
    que fico então Pica-flor.


É preciso saber que sou professor. Não um profeta cujos pensamentos são ensinamentos a serem seguidos à risca e sem a devida autocrítica! E se penso diferente das pessoas normais, mais importante é ter maturidade para encarar isso sem se deixar impressionar ou mesmo achar que eu faço mal à humanidade com o que digo em sala de aula!

P.s.: Pior é o professor que não te faz pensar nada!


2 comentários:

Heráclito disse...

férias = blog

Felipe Braga disse...

Seu jeito concentra a atenção dos alunos em você.
Sinto muita saudade de ser seu aluno. E isso não é meio gay. haha

Abraço.
Ah, talvez ela não tenha falado no sentido pejorativo. rs